Comunidade Mulheres Empreendedoras: Liderança Feminina. Como é bom estar aqui, como é bom ver a vida achando o nosso novo normal. Não é mesmo? E o nosso tema de hoje é empreendedora, seja protagonista da sua história.
E é engraçado porque quando a gente fala de protagonismo, esta palavra deixa as mulheres interessadas e atraídas, mas também com um pouco de receio.
Por que o que a gente entende quando pensa em protagonista? Ah, a gente imagina aquela estrela de Hollywood, aquela atriz principal, que tem todos os holofotes sobre ela. Mas nós, mulheres, não fomos treinadas para ter todos os holofotes sobre nós e a gente se sente desconfortável com isso.
Porque a gente ouviu que podiam chamar a gente de metida, que a gente ia acabar sozinha, e mulher assim, danada, ousada, atirada, “ihhhh, vai acabar sozinha, ninguém vai querer”. Então, a palavra protagonismo gera um pouco de confusão.
Mas é outro sentido de protagonismo. Fica aqui que hoje eu vou responder o tipo de pergunta que uma moça deixou ali no chat, que é: eu preciso acordar pra ver se o meu negócio não afunda – Eu vou responder pra você tá, e não só pra você, mas como para outras pessoas que querem começar um negócio.
Muita gente ao longo destes dois últimos ou perdeu o emprego ou decidiu sair para cuidar mais da família, e muitas perceberam que a vida é tão curta que: ‘eu vou investir naquilo que eu quero. eu vou investir no meu sonho, eu vou começar o meu negócio” – Então fica aqui pra você já começar do jeito certo.
Então vamos lá. Eu vindo de São Paulo aqui pra Curitiba, estava aqui pensando. Há 4 anos eu estive aqui e eu falei sobre as 7 armadilhas do empreendedorismo feminino e é um vídeo que muitas de vocês já assistiram e foi lá que vocês me conheceram, e eu estava pensando: ‘será que o que eu vou falar hoje tem alguma coisa a ver com aquilo’?
Será que depois de tudo que aconteceu socialmente/globalmente, a gente vai continuar falando das armadilhas do empreendedorismo, das armadilhas comportamentais, de sermos as nossas próprias e maiores inimigas?
Bem, um pouquinho sim. Mas com um enfoque diferente. Gente, em 4 anos muita coisa mudou. Olha só: eu engordei, eu saí de um relacionamento, entrei em outro, casei, fundei uma mentoria, aprendi a fazer Live. Olha só.
Conta aqui nos comentários o que mudou nos últimos 4 anos na sua vida. Por que olha só, porque se não mudou nada, você não viveu no mesmo país que eu, você não viveu na mesma realidade.
Então, enquanto você deixa aqui nos comentários o que mudou na sua vida e no seu negócio nos últimos anos, a gente vai começar a falar sobre como estão as mulheres de maneira global no mundo.
Olhe que interessante. Falando de mudanças. Tem uma pesquisa que diz o seguinte: os países liderados por mulheres se saíram muito bem na gestão da pandemia. Não só na gestão da questão sanitária, da doença em si. Mas muito sobre o contingenciamento de tudo que aconteceu, dos desdobramentos.
E foram pesquisar o que essas mulheres têm. Teve gente que disse que é porque os países delas são pequenininhos. Mas olhe só, a Angela Merkel estava num país que pode não ser um gigante, mas é uma potência sob todos os outros. Então a carga de responsabilidade era muito grande.
Descobriram que as competências que fazem com que as mulheres se saem bem na liderança são: humildade, prudência e altruísmo. Simplesmente o que nós temos treinado desde as nossas ancestrais, desde o tempo das cavernas.
Eu tenho certeza que todas vocês, e todos os homens que estão aqui hoje, vão reconhecer em todas as mulheres que vocês amam, essas três competências:
Humildade para se render aos fatos. ‘Cara, esse vírus está matando. Vamos trazer os idosos e as crianças pra casa. Vamos fazer o que tem que ser feito’.
Prudência para não fazer nenhum movimento muito grande neste momento. Agora não é hora da ousadia, agora é hora da gente mobilizar nossos recursos pra nós. Usar esses recursos com inteligência.
E altruísmo. Essa nossa capacidade de sempre ficar para o fim da fila. ‘Primeiro eles, eu vou cuidar deles’. Quem é mãe, quem é esposa, quem é dona de casa, quem é empresária sabe exatamente o que significa:
‘Você tá louca! Eu não posso ficar doente. Eu não posso ficar uma semana de cama. Eu vou ruim mesmo, eu vou doente mesmo. Eu toco a coisa do jeito que der’.
Mas olha só. Essas competências que ajudaram a gente chegar até aqui, a sobreviver seja fisicamente, seja mercadologicamente, nos nossos negócios, acabou sendo o pano de fundo para este cenário aqui. Agora eu ter que ler porque são muitos números.
O impacto da pandemia sobre os negócios liderados/comandados/fundados por mulheres, segundo um estudo do Sebrae e da FGV, dão conta do seguinte:
- 52% das micro e pequenas empresas delas paralisaram ‘de vez’ ou temporariamente.
- As dívidas em atraso também é maior entre elas: 34%, contra 31% deles.
- Nós mulheres também temos menos acesso a crédito: 34% delas buscaram empréstimos, enquanto 41% dos homens empresários fizeram o mesmo.
- Por outro lado, elas foram as que mais inovaram na digitalização do negócio. Em se tornar online, remoto, híbrido, contra os homens. O percentual dos homens que se adaptaram foram 31%, contra 34% delas.
Isso é muito legal de ver que mulheres continuam tendo resiliência e se reinventando, mas o problema em ter um panorama adverso que dura tempo demais, é que ele abala a confiança, o nosso senso de valor pessoal. A gente começa achar que ‘ah, é o que eu tenho pra hoje, é isso que eu mereço’.
O que estou falando é que chega um momento em que a gente dá espaço para a Síndrome da Impostora. Tenho certeza de que vocês mulheres, já ouviram falar deste termo.
O Síndrome da Impostora em Empreendedoras
A Síndrome da Impostora nada mais é do que um modelo de crenças acerca do seu valor, acerca do que você merece e acerca do que você pode fazer no mundo. E esse modelo mental aparece sempre num momento de crise.
Num momento que você tem a percepção de que as suas competências estão aquém da exigência, aquém da pressão que você sofre.
E como a Síndrome da Impostora ataca as mulheres empreendedoras? Gente, eu trabalho com líderes mulheres há mais de 10 anos, muitas empreendedoras, então eu sei o que elas pensam, elas tem coragem de dizer pra mim. E elas dizem pra mim como novidade, mas é o que eu também penso nos meus dias de cabelo ruim, nos dias em que eu estou meio mal, com uma nuvenzinha negra, eu não estou imune a isso, nenhuma mulher está imune a isso.
Mas a Síndrome da Impostora pega a nossa humildade, aquela que foi necessária para nos render aos perrengues e a crise mundial, e transforma a gente num ser pequenininho e ela nos diz o seguinte: ‘ah, eu tenho um negocinho’.
Gente, sério, quando eu vejo a história dos fundadores de startups, quando vejo a biografia do Steve Jobs, por exemplo, ele nunca falou do negócio dele como sendo um negocinho. Bill Gates nunca falou do negócio dele como sendo um negocinho. E olha, Steve Jobs começou na garagem da mãe, já era marmanjo, e eu vejo mulheres incríveis, que empregam 10 famílias, ainda dão jeito de ajudar a comunidade, dão sopão aos pobres, não deixa as crianças pra fora de casa, apartam briga de casal, tendo um impacto deste da comunidade e falando, eu tenho um negocinho.
Gente, ser protagonista é sobre escolher as palavras pra falar do que você faz na vida, e principalmente da transformação que você causa na vida das pessoas. Então se você estiver tentado a falar que você tem um negocinho, cuidado, a Síndrome da Impostora está usando contra você a humildade que já foi útil um dia.
A Síndrome da Impostora pega aquela prudência, aquela mesma prudência que falou ‘mulher, agora não é hora de você ficar escolhendo cliente. Pega aquela chata mesmo, aceita aquele job, você sabe que aquele povo é ruim de pagar, atrasa, mas fazer o que, a gente não tá em condições de dizer que não num momento desses’. A
Síndrome da Impostora pega tua prudência e faz o que…
Ah não, o dia que entrar um diário grande você vai fazer um rebranding da sua marca, você vai fazer um ensaio fotográfico poderoso, você vai fazer uma identidade visual ‘cheguei’, você vai investir em marketing, marketing é coisa pra quem tem dinheiro grande – Não acre dita se a sua Síndrome da Impostora está falando isso pra você agora. Que o seu próximo movimento importante no seu negócio, é esperar entrar um dinheiro grande, viu moça que falou que precisa acordar pro negócio não afundar. Eu estou falando com você, tá.
O seu próximo movimento grande pode não necessariamente depender de dinheiro. Mas você se habitou na prudência. Foram no mínimo dois anos, mais uma eternidade passada dizendo que a mulher tem que ser cuidadosa, onde já se viu ser ambiciosa. Nossa ela é materialista, nossa que mulher ‘trator’.
Aí vem a Síndrome da Impostora e pega o seu altruísmo, aquele que fez você ficar num cantinho da sua casa, naquele com menos conforto, com menos luxo, com menos tecnologia, pegar o pior computador da casa, pra deixar o melhor para as crianças fazerem tarefa em aula remota, esse teu altruísmo aí que botou todo mundo na frente, nesses anos difíceis que a gente tido. E esse altruísmo vira pra você e no momento que você tem oportunidade de fazer um networking, ir num evento, fazer um curso online e se capacitar, essa Síndrome da Impostora fala não, primeiro você precisa cuidar deles, você vai deixar eles comendo macarrão instantâneo pela segunda vez essa semana?
Deixa eu te dizer uma coisa amiga, filho da gente engorda com o feijão da vizinha também, não é só o nosso não que engorda. Então, o que a gente precisa fazer, desesperadamente, urgentemente, calar a boca da impostora, chamar de volta a protagonista.
Então, o que é protagonismo?
É assumir a gestão dos seus recursos, do seu jeito, para os fins determinados por você. Se não forem os seus recursos, você não está sendo protagonista, você está sendo escrava de alguém. Se não for do seu jeito, você está sendo marionete na mão de alguém, e se não for por fins determinados por você, você está sendo a sua maior escrava.
“Então, o protagonismo é assumir a gestão dos recursos. Seus, do seu jeito, para os fins que você pré-estabeleceu. “
Protagonismo não tem necessariamente a ver com brilhar, protagonismo pode ser ocupar o primeiro lugar, a cadeira de CEO da sua empresa de doce, do seu escritório de advocacia, da sua empresa de contabilidade que você está sozinha por enquanto. Do seu negócio de sobrancelhas. Se assumir CEO deste negócio. Eu estou gerindo os meus recursos do meu jeito e para os fins que eu estabeleci lá no começo, antes de conhecer os obstáculos.
E que recursos são esses gente? Tempo, dinheiro, talentos, energia e relacionamentos. A coadjuvante faz o que com o tempo dela? Ela não consegue aproveitar. Ela procrastina as coisas mais importantes, usando desculpas nobres, e acaba fazendo as coisas que não são as que vão ter mais efetividade no negócio.
Isso acontece porque ela é movida pela culpa e não pela paixão de resultado. A coadjuvante tem uma grande dificuldade de dizer não, e isso acaba com o tempo dela, porque as prioridades vão pelo ralo, 24 horas duram muito pouco para a coadjuvante.
Dinheiro, o que acontece com o dinheiro da protagonista? Entra um pouquinho, a água para um pouco de bater no bumbum, o que acontece? Vem todo mundo pedir emprestado. Todo mundo lembra que de repente precisa fazer a funilaria do carro. Mas o seu negócio não depende do carro estar bonito. O seu negócio depende do carro estar rodando. O seu negócio depende da tua cara tá boa (não sei qual é o seu negócio, tá, tô dando um exemplo).
Aí você vai escutar o que falam e perde o dinheiro, e investe onde não era para investir. Fica sem capital de giro, não tem fluxo de caixa. E o carro está lá, brilhando, até a próxima ralada. E quando a gente fica nervosa, as pilastras mudam de lugar.
Talento gente, olha só, o que você tem de melhor para entregar para o universo. É aquela centelha divina que se você lapidar, vai se tornar uma habilidade imbatível. Um ponto forte que faz a diferença, que traz solução para a vida das pessoas. E eu tenho certeza, que ainda tem na sua agenda diária, na sua rotina, o que você faz e que não é o seu melhor, mas você reluta em delegar. Você acha caro, por exemplo, contratar uma assistente virtual, então você consome duas horas do seu dia emitindo nota fiscal, embora isso seja muito gostoso, mas você gosta duas horas do seu dia emitindo nota fiscal quando na verdade você deveria estar fazendo networking, conversando com outras empreendedoras do seu setor.
Mas ah Pri, que eventos? Isso aqui é um evento. Vocês estão usando o chat pra fazer amizade, pra falar qual o negócio de vocês?
Eu quero que vocês entrem aqui e que vocês comecem a comentar: qual é o seu negócio? o que você vende? qual transformação você leva? Talvez você não saiba, mas tem aqui assistindo essa live que precisa dessa solução.
Pratica o networking gente. Pode aí usar a gente, nós estamos aqui pra isso, para fomentar o empreendedorismo. Energia.
De que adianta o dinheiro chegar, o reconhecimento chegar, quando a gente já estiver usando fralda geriátrica? Filha, eu quero que você seja rica enquanto você ainda dá um caldo. Eu quero que você vá para a Grécia. Eu quero que você viaje. Eu quero que você não precise ficar fazendo continha miúda quando levar seus filhos pra Disney, realizar o sonho da família, sabe.
Energia. A saúde precisa render. E a gente está acabando com a nossa reserva energética. A gente tá dormindo mal, a gente tá comendo errado, a gente não tá movimentando nosso corpo como deveria porque a gente nunca tem tempo pra gente. Porque a gente acha que é caro investir em saúde, então a gente investe no que? Na doença, e depois tem que remediar.
Relacionamentos. Puts, a coadjuvante ela tem um problema sério, ela tem culpa por se sentir a melhorzinha do grupo dela. Isso já aconteceu comigo. Eu sei que já teve algum momento na sua vida que você precisou se afastar de alguém que era muito seu amigo. Não sei se foi, de repente, no final do ensino médio, ou quando você ficou adolescente e precisou mudar de bairro, e você percebeu que aquelas pessoas tinham um modo de pensar e um modo de agir, que não batiam com o teu, Antes era todo mundo igual, todo mundo se divertia com um hambúrguer, mas com o tempo as aspirações foram delineando o futuro de cada um. E em algum momento, às vezes, a gente precisa se despedir, respeitosamente e honrosamente de pessoas que não tem mais a ver com a gente. É, isso que eu tô falando é muito duro, porque às vezes essas pessoas estão na nossa família, a gente não vai poder simplesmente deletar, mas a gente precisa aprender a fazer blindagem.
A amiga que disse que o seu negócio está afundando, você fez uma analogia incrível com um barco, um barco afundando. O que faz um barco afundar? O que faz um barco afundar são buracos. São buracos na blindagem. São buracos na selagem. São buracos na permeabilidade. E quando você tem buracos que você não enxerga e não corre pra tapar, você está deixando entrar água. Você está deixando o externo definir quanto tempo você ainda tem para respirar.
E os relacionamentos errados com pessoas que não te dão protagonismo, com pessoas que não te aproximam do seu sonho, com pessoas que tão vendo o seu negócio começar a dar certo, mas falam ah, mas no Brasil nada vai muito pra frente, daqui a pouco vem outra crise e vai acabar com o seu negócio. Ou então fala ah, a fulana que é feliz, ela prestou concurso público.
Aí vem a sua mãe, e vê que você tá começando a ganhar um dinheirinho, e sua mãe preocupada com o equilíbrio entre todos os filhos, fala ah filha, você que deu sorte na vida, (acorda da manhã todos os dias pra fazer um corre danado), então filha você que deu sorte na vida, sua irmã coitada, terceiro embuste que ela separa, sai quebrada da relação, dá uma forcinha pra ela, vê se tem alguma coisinha lá pra ela fazer.
Só que detalhe, sua irmã nunca estudou, nunca assistiu uma live, fica largada vendo série e dos piores tipos, daquelas que não agregam nada, nunca leu um livro, fica o dia inteiro estudando coreografia de dancinha, mas você sabe, aquela pessoa da sua família que preocupa é que sobra pra você socorrer, ajudar e empregar,e você que já tem a culpa de estar se vestindo melhor que a sua irmã, tá comendo melhor que a sua irmã, já tá até planejando férias, pega e coloca a sua irmã lá dentro do seu negócio.
Só que aí ela trata mal seus clientes, não quer se reportar a você, deixa um monte de retrabalho, porque ela tem prerrogativa de ser a irmã problema, ela quer continuar sendo tratada assim, não só em casa, mas na empresa também.
Então minha gente, a gente precisa largar essa mania de coadjuvante que a gente tem, quando se trata da gestão do nosso tempo, do nosso dinheiro, dos nossos talentos, da nossa energia e dos nossos relacionamentos.
E, isso significa que o que trouxe a gente até aqui: humildade, prudência e altruísmo, não é o que vai levar a gente ao próximo nível. E vocês sabem que eu passei um período de muitas, muitas, muitas vacas magras, e num desses períodos dessas vacas magras, eu queria ter um desses rituais de conexão com meu filho, e tinha um supermercado perto de casa que a gente toda tarde, e toda vez que eu ia lá fazer aquela comprinha do dia, ele me pedia pão de queijo.
Como o dinheiro era muito contado, quando dava eu comprava o pão de queijo, quando dava eu tomava um capuccino e ele comia o pão de queijo e tinha um dia que eu só ficava olhando ele comer. Ele falava, mãe você não vai tomar o cappuccino? E eu falava..ah hoje eu não quero. E essa realidade é de tantas nós né, eu sei que você está dizendo que não quer, para coisas que no fundo você quer, só para dar oportunidade para as pessoas que você ama.
Mas você sabe que depois eu mudei daquele bairro, eu construí uma carreira, eu prosperei, nunca mais voltei num estado de penúria semelhante aquele, nunca cheguei na miséria graças a Deus, mas aquele perrengue brasileiro que a gente conhece bem, e hoje eu moro de novo perto daquele supermercado. Aquele supermercado tem uma adega super boa e eu gosto de vinho gente, e às vezes eu vou lá pra comprar vinho e eu fico me sentindo um pouco mal porque eu fico me lembrando daquele período em que eu precisava fazer uma escolha dura, tipo, quantos pães de queijo meu filho vai poder comer.
Se 20 passasse gramas, 30 gramas, aquilo já comprometia algum outro item da nossa cesta básica. Então você entende o que eu estou falando: os lugares, as pessoas, as roupas. as comidas, o trabalho, o caminho, o trajeto, a música do ambiente em que você apenas sobreviveu, não são os lugares, as pessoas, os caminhos, as lojas, os trajetos, os carros, as músicas, as roupas, as comidas, do tempo em que você vai crescer.
O lugar da sobrevivência, ele só serve para a sobrevivência, ele não serve para crescimento. Aí vem um perigo pra você amiga que disse que precisa acordar e lutar pra ver se descobre um jeito para não afundar o seu negócio. Se você está trabalhando para não afundar o seu negócio, você está operando no modo sobrevivência. Você está fazendo coisas que não estão permitindo você enxergar como tapar esses buracos e você está deixando o mar entrar e definir o seu destino.
O lugar mental da sobrevivência não é o lugar mental do crescimento. O que significa que a gente precisa trocar humildade, prudência e altruísmo por outras competências, mais úteis no momento de dar uma turbinada no negócio que você está precisando dar. De dar a redirecionada na vida que você está precisando dar.
Eu não estou dizendo que a gente vai deixar de ser humilde e vai passar a ser soberba, jamais. Eu não estou dizendo que a gente vai deixar de ser prudente e vai começar a fazer loucura e aventura, e começar a correr risco burro, jamais. E eu também não estou dizendo que a gente vai deixar de ser altruísta com as pessoas que a gente ama e vai se tornar egoísta, não. Mas existem substituições inteligentes que eu quero propor pra você, com base nisso aqui.
As competências Comportamentais do Empreendedorismo
O Fórum Econômico Mundial é uma entidade que observa as relações de produção e consumo, liderado e líder, e eles fazem previsões. Previsões para os próximos anos sobre aquilo que as pessoas vão precisar para se desenvolver mais e melhor. O Fórum Econômico Mundial divulgou um estudo o ano passado dizendo que até 2025, 15 competências serão necessárias, serão fundamentais. Dentre essas 15 competências, eu selecionei 6 que não são competências técnicas. Competências técnicas são aquelas que você precisa aprender a fazer de operacional, por exemplo, eu preciso saber mexer no pacote office, tá?
Competências comportamentais, dessas 15 eu tirei 6 que são essas aqui: transparência, criatividade/inovação, reaprendizagem, inteligência emocional, influência e comunidade/colaboração. E dessas 6, eu selecionei 3 que toda empreendedora deve começar a treinar agora. Agora mesmo, durante essa live.
É trocar a humildade, que faz vocês pensarem que tem um negocinho e que merecem pouquinho da vida, pela reaprendizagem. Sejam humildes para desapegar daquilo que não serve mais e reaprender. Gente, pelo amor de Deus, na comunidade Sebrae tem tanto curso, que nem que eu não trabalhasse mais na minha vida e ficasse o dia inteiro só vendo os cursos eu acho que nessa vida eu não ia dar conta de acabar com todos eles. Tem muito curso. Tem curso de inovação, tem curso sobre tudo que você precisa aprender e não sabe. E tem vergonha de dizer que não sabe e tem coragem de pedir ajuda. Então tem essas ferramentas, nem tudo depende de dinheiro.
Trocar a prudência de aceitar qualquer cliente, sabe dinheiro maldito gente, Deus me livre falar isso, mas tem dinheiro, aquele dinheiro que você ganha do cliente errado, fatalmente você vai gastar na farmácia ou na terapia. O dinheiro que vem do cliente errado.
E qual é o cliente errado? O cliente que não entende o seu propósito, não valoriza as mesmas coisas que você e que quer aquilo que você não pode ofertar. Tenho certeza que já veio até o nome, o desenho e o whatsapp da figura na sua mente. Trocar essa prudência de aceitar qualquer cliente que você teve que fazer isso nos últimos anos, acabando com o seu moral, acabando com sua autoestima, e começar a entender que daqui pra frente você vai ter que se posicionar com autoridade e influência. Ser dona de um nicho, ser representante de um nicho. Ser a super especialista em uma coisa e atrair um tipo de perfil de pessoas que é aquele com o qual você consegue trabalhar bem e ter resultado.
E substituir o altruísmo de deixar todo mundo passar na frente e você ficar no fim da fila até não sobrar nada de você, pela colaboração, que também é uma forma de ser altruísta, só que sem se anular.
Então eu vou deixar três perguntas para você começar a exercitar agora:
Reaprendizagem:
Que troféu está atrapalhando o seu desenvolvimento? Troféu. pode ser nossa, eu bati meta quando eu tinha a minha brigaderia no shopping.
Tá, mas agora você está endividada, você não está dando conta de pagar o quiosque no shopping e você não quer mudar, não quer rebaixar, não quer remodelar o seu negócio. A sua entrega do seu negócio. Por que você já se acostumou com aquele status – Desapega do troféu.
Eu me saía muito bem com megaeventos. Gente, quando veio a pandemia e fechou tudo eu tive que aprender a fazer live. Eu fiz mais de 365 lives, mais de uma por dia entre 2020 e 2021. E era lá, meu celularzinho na sala da minha casa, porque meu filho invadiu o meu home office com um computador enorme da empresa dele, e aquela era a única mesa que cabia, e eu, fui fazer minhas lives, minhas mentorias e meus atendimentos na mesa da sala. ‘Eu, que ia nos palcão, dos eventão’.
Então, a humildade que funciona, a humildade que faz a gente se sentir maior e ajuda a gente a superar, é aquela que nos permite reaprender. Aprender uma coisa totalmente nova, tá bom?
Então tira este troféu, tira essa medalha. Ela não está mais pagando os seus boletos. Tira essa medalha do seu caminho e vai atrás do próximo troféu. Beleza?
Nicho:
Pergunta pra você treinar sua influência e começar a ter autoridade no nicho, do nicho, do nicho gente. Quem quer ser tudo pra todo mundo, não é nada para ninguém. Pergunta: qual posicionamento estou pronta para assumir?
O que é posicionamento? Decidir que você só vai trabalhar com um caso. Se você é dentista, agora você vai decidir: Não, agora eu só atendo trabalhos com ortodontia. Não, agora eu só trabalho com clareamento. Agora eu só trabalho com faceta de porcelana.
Se você e boleira. Não, agora os meus bolos são só caseiros, eu não vou trabalhar mais com bolo de festa.
Então, entender pra quem você vende, para que faixa de público você vende, para não dissipar sua energia. E principalmente, para aumentar seu poder de fogo, num setor muito específico, num nicho. E aí sim virar uma super especialista.
- Terceira substituição, que é a do altruísmo pela colaboração. E essa pergunta é super importante gente: com quem posso me unir para multiplicar o meu impacto?
A gente não vai conseguir recuperar o tempo que a gente ficou estagnada, perdida ou andou pra trás, sozinha. Fazendo trabalho de formiguinha. A gente vai precisar de mais braço.
E isso não significa ser menor ou que você não está dando conta. Isso significa que você é inteligente e está aproveitando outras mentes que têm conhecimentos complementares, poderes complementares aos seus e que vão ganhar nesta troca.
Gente, por favor, quando vocês assistirem uma live aqui, quando vocês assistirem um curso online vai na comunidade Sebrae, ela é uma comunidade colaborativa. Ela não é só uma plataforma onde o Sebrae enche de cursos. Só isso já seria maravilhoso. Mas ela é uma plataforma colaborativa, vocês podem interagir. O networking não morreu.
Olha, uma das coisas que mais dava dor no coração nessa época dos grandes eventos presenciais era ver exatamente assim as mulheres que assistiam todas as palestras, anotavam tudo e quando ia ter o coquetel, quando ia ter o coffee break, elas fechavam o caderninho, colocavam na sacolinha de brinde e iam embora porque tinham que fazer janta.
Janta é legal. É uma delícia fazer um jantar para quem você ama. Mas, networking às vezes é 80% do resultado de um aproveitamento de um evento. E olha que eu sou palestrante hein.
Então, presta atenção minha gente, começa a fazer networking certo. Eu vi vocês aqui já falando o que vocês entregam para o mundo né, já vi vocês aí comentando sobre o negócio de vocês. Fala também de dificuldade, fala de aprendizado.
Olha, no último ano eu aprendi super como é que se faz Reels. Os reels turbinaram o meu perfil e agora eu estou vendendo muita consultoria de imagem. Então fala também do que você aprendeu. De repente você pode trocar uma aula de Reels por uma aula de contabilidade básica. Porquê não?
Então vamos crescer com a força das outras. Isso significa aprender com o erro dos outros e também ser generosa de ensinar os outros com os nossos erros. Colaboração é isso gente e isso é muito importante.
E para terminar, deixar essa frase para vocês: ‘a coadjuvante ainda está esperando o novo normal, a protagonista está criando agora o novo extraordinário’.
Muito obrigada pela presença de vocês. Eu vou chamar a Bianca aqui. Vocês me acham em todas as redes sociais como Priscilla de Sá com dois ls. Eu vou adorar continuar essa conversa e daqui quatro anos eu quero ver vocês com outros problemas. Eu não quero dar as mesmas broncas em vocês, por favor.
Perguntas e Respostas
Sebrae:
O que geralmente nos trava e vem como autossabotagem? Eu vejo muitas empreendedoras que não se sentem capazes, não se sentem competentes para exercer tal função e deixam que os comentários e julgamentos sejam um peso em sua trajetória. O que fazer para tirar a autossabotagem do nosso espírito empreendedor?
Priscilla:
Eu acho que é preciso associar felicidade com ser aceita e passar a associar felicidade com criar uma comunidade de pessoas que pensam junto alguma coisa para o mundo.
A gente às vezes fica batendo em portas que nunca vão se abrir. Às vezes a gente quebra a cara, quebra negócios, estraga relacionamentos, porque está querendo provar: ah não, vou ficar falada. Vão ficar falando que eu sou um fracasso nesse quesito, nessa área da vida. E a gente deixa que a opinião alheia nos definir.
Então não, opinião alheia ainda não vale milhas, vinho, ainda não vale chocolate. Então opinião alheia não serve. O que serve? Serve feedback de pessoas bem intencionadas. Aí sim a gente pega, usa, reorganiza as ações, para de fazer o que está dando errado, assume que errou. Mas é muito diferente. E eu sei que você sabe a diferença entre julgamento alheio e feedback sincero.
Sebrae:
Até porque né Pri, quando a gente deixa que o julgamento entre na nossa vida, nós somos os principais prejudicados e geralmente quem julga ou critica dificilmente vai ter a coragem de fazer o que você está fazendo.
Esse foi um vídeo para o sebrae no mês das mulheres e tudo o que falo nesta palestra, entre outras experiências me levaram a criar movimento Power Speaker. Vamos continuar a nossa conversa? Me segue no instagram (priscilla_de_sa)